A eficiência em projetos de videomonitoramento inteligente
Os projetos de CFTV são incialmente pensados para segurança patrimonial, com o intuito de prevenir roubos e invasões. Com a evolução desses sistemas, as soluções de CFTV foram altamente promovidas à um outro patamar, utilizando-se de novos recursos para obtermos uma grande gama de informações, que passaram a ser importante não só para a segurança, como também para os negócios.
Portanto, nos tempos atuais os sistemas de câmeras mais eficientes, passaram a receber status de projetos de Videomonitoramento Inteligente.
O Videomonitoramento Inteligente consiste basicamente no envio de imagens e sons do ambiente monitorado para um software, que vai analisar e confrontar com as informações previamente programadas, a fim de interpretar o comportamento dos dados registrados, trazendo de forma proativa e apurada, as informações esperadas de acordo com cada programação.
O Videomonitoramento Inteligente pode ser aplicado em diversos segmentos e ambientes, tais como Hospitais, Escolas, Indústrias, Varejo entre outros. As ferramentas analíticas irão ajudar a monitorar processos e a segurança do ambiente, bem como, coletar informações para estratégias de negócio, marketing, instruções de processos, etc.
Para os projetos tratados na Added, indicamos 8 passos básicos para poder montar um projeto de Videomonitoramento.
1.Passo: Resultados Esperados
Para iniciar um projeto, a premissa número 1 é entender quais são os resultados esperados, isto é, entender a necessidade do cliente ou usuário, para iniciar o desenho da tecnologia que será utilizada.
No mercado, existem diversos analíticos para reconhecimento de face, leitura de placa de veículos, para segurança patrimonial, detecção de queda de pessoas, identificação de objeto deixado no local, identificação de gênero e idade e muitos outros.
Então, o primeiro passo para desenhar uma solução de Videomonitoramento Inteligente é reunir todas as informações pertinentes ao resultado que se espera obter com a solução.
2.Passo: Análise do Ambiente
A Análise do Ambiente é a etapa usada para avaliar os fatores que irão impactar na coleta de dados, pois as condições da iluminação, comportamento do ambiente, posição e a área de cobertura da câmera são itens que influenciam diretamente no funcionamento e eficiência da solução.
Portanto, ao fazer uma análise do ambiente é necessário verificar qual é a melhor posição da câmera, qual a influência da iluminação na imagem e quais obstáculos podem gerar impactos durante a operação do sistema de videomonitoramento no ambiente. É extremamente importante que a câmera consiga captar uma imagem suficientemente nítida para o analítico faça o processamento adequado.
Por exemplo, para definir um analítico para leitura de placas de veículos, é necessário obter informações sobre a direção e a velocidade dos veículos, posição da placa do carro, a luz de fundo, reflexos da luz e as condições climáticas do ambiente, as quais podem causar possíveis instabilidades na imagem.
3.Passo: Definição da Cibersegurança
A evolução da internet foi um grande salto para o avanço das tecnologias facilitando processos que antigamente eram feitos manualmente e hoje são realizados com apenas um clique do seu mouse, porém com esse avanço os nossos dados pessoais estão cada vez mais em risco. Logo, faz-se necessário o investimento em tecnologias que objetivam o aumento da segurança, a fim de prevenir-se contra possíveis ciberataques.
Para sistemas de Videomonitoramento inteligente é extremamente importante considerar a preocupação com a cibersegurança, pois o vazamento de dados torna-se ainda mais sensível, principalmente quando consideramos as prerrogativas de anonimização apontadas nos protocolos da Lei Geral de Proteção de Dados que entrou em vigor no Brasil 18/05/2020.
Então ao determinar as tecnologias que serão usadas na solução é de extrema importância verificar se atendem aos protocolos de segurança adequados àquela instalação.
4.Passo: Definir a Câmera
Para definir a câmera precisamos saber quais requisitos de imagem são necessários para que o analítico consiga realizar o estudo da imagem. Por exemplo, para reconhecimento de face existe uma quantidade mínima de pixels por metro que a imagem precisa ter para que a pessoa seja identificada.
Para definir a câmera também é necessário fazer a análise do ambiente, conforme indicado no passo 2.
Após ter conhecimento desses dois fatores é possível determinar o tipo de câmera, a resolução, o tamanho da lente e as tecnologias de compensação de imagem que a câmera precisará reunir.
5.Passo: Sistema de Gerenciamento e Gravação das Imagens
O sistema que vai gerenciar as imagens das câmeras e os analíticos é o responsável pelo processamento de todos os inputs gerados pelas câmeras e pela integração desses dados com os parâmetros configurados no sistema de videomonitoramento, como por exemplo, gerar um alarme na tela do operador quando a imagem capturada pela câmera for considerada um comportamento anormal.
É também relevante determinar como será a política de privilégios de acesso à cada perfil de usuários do sistema, a fim de garantir as permissões ou restrições de acordo com cada perfil. Além disso, é uma boa prática definir quais são as informações que deverão constar nos relatórios e logs do sistema, a fim de definir um conteúdo que apresente informação suficiente e sem demasia, para extrair a melhor produtividade do sistema.
Entre diversas possibilidades das configurações para gravação das imagens, é necessário definir se a gravação será contínua ou por movimento, e ainda, analisar os tipos de tecnologias embarcadas nas câmeras, que poderão reduzir o tamanho da imagem, o número de frames por segundo da imagem que o analítico precisa e o período de gravação.
Após a análise desses parâmetros é possível definir o espaço que a imagem irá ocupar no conjunto de discos rígidos (HDs).
Ao definir o espaço para gravação das imagens é necessário verificar onde essas imagens serão gravadas. Elas podem ser gravadas em um storage local ou em aplicações na nuvem. Dependendo das necessidades e políticas de retenção de imagens pode ser necessário fazer um backup das imagens transportando-as para um outro local de gravação. Complementando o cuidado com a integridade das imagens armazenadas, é importante considerar como será a arquitetura de arranjos dos discos. Algumas das melhores práticas estão no uso do RAID (Redundant Array of Independent Disks), o qual possui uma variedade de 0 a 6, que visam atender a especificidades de cada cenário.
6.Passo: Central de Monitoramento
Concluído os dimensionamentos anteriores é hora de determinar o hardware do servidor para o software de gerenciamento de imagens e o storage para gravar as imagens.
O projetista deve-se atentar aos requisitos de hardware que o sistema de gerenciamento demanda e caso o analítico da solução não seja embarcado na câmera, deverá estudar quais requisitos de hardware são necessários para que ele possa ser instalado no servidor.
Os princípios básicos consistem em verificar os requisitos mínimos indicados pelo Software de Videomonitoramento, levando também em conta, a quantidade de câmeras e de analíticos a serem aplicados, bem como, a concomitância de funcionamento dos mesmos.
A utilização de um hardware que não atenda às especificações do seu projeto, pode comprometer seriamente o funcionamento e operação do sistema, com possíveis e irreparáveis prejuízos na captura de imagens.
A definição das especificações do monitor onde serão exibidas as imagens é um item que também deve ser levado em consideração. O monitor deverá ter condições de operar em 24×7, pois trata-se de um dispositivo que deverá estar em funcionamento em tempo integral, e ainda, possuir resolução e qualidade de imagem compatíveis com as resoluções das câmeras, para que o operador tenha acesso à todas as imagens em condições aceitáveis para visualização de todos os detalhes relevantes.
7.Passo: Infraestrutura
O tipo de cabeamento e a qualidade de instalação irá influenciar diretamente na transmissão das imagens das câmeras. Se o cabeamento não for adequado ou a instalação não for feita corretamente, poderá ocorrer prejuízo na transmissão dos pacotes de dados que estão sendo transmitidos no sistema, por isso para fazer o projeto e instalação de infraestrutura de rede é necessário seguir as recomendações da norma NBR 14565 e para instalação da infraestrutura elétrica deverá seguir as recomendações da norma NBR 5410.
Além do cabeamento é necessário definir a arquitetura de redes, isto é, os roteadores e switches, bem como, a topologia de rede. Para definir o switch é necessário verificar ainda, se as câmeras possuem a funcionalidade PoE, a largura de banda e os protocolos de cibersegurança definidos para o projeto. Após a escolha do switch é necessário definir as posições dos mesmos na distribuição da instalação, para que todo o sistema esteja conectado à rede.
8.Passo: Realização de testes
Cumpridos os passos anteriores e com o desenho do projeto do Sistema de Monitoramento Inteligente finalizado, é altamente recomendável realizar testes práticos no ambiente onde o sistema será instalado.
É uma tarefa que também possui grande importância, pois é onde temos a oportunidade de testar na prática todo o planejado e dimensionado para o projeto. É também onde surgem as oportunidades para ajustes finos nas parametrizações dos analíticos, de acordo com o ambiente e cenário real do cliente.
Se todos os passos anteriores foram devidamente cumpridos, esse último demandará de apenas ajustes finais e então, servirá para comprovar que todos os pontos levantados durante o design, atendem com competência e eficiência o cenário real.
CONCLUSÃO
Se você tem aí, um desafio ou um novo projeto de videomonitoramento, converse com nossos especialistas. Juntos vamos percorrer a jornada dos 8 passos mencionados e projetar o sistema que atenda aos requisitos da necessidade de sua companhia!
Boa sorte e bons resultados com seus projetos!
Por Paulo Sérgio Pereira Jr – projetista de infraestrutura da Added e Fábio Novaes dos Santos – gerente pré-vendas-infraestrutura da Added